Primeira Parte - A Colina
Segunda Parte - Um Encontro Inesperado
Quarta Parte - Encontros
Final - Desencontros
O senhor Alcântara estava a meio caminho do local combinado para a entrevista quando sentiu o cheiro de jasmim e seu coração disparou. A discussão com Pedro ainda ressoava em sua mente. De repente, os faróis do carro iluminaram algo na estrada, mas ele estava perto demais para desviar. O carro passou por cima do que quer que fosse com um solavanco enquanto o senhor Alcântara tentava frear a todo custo.
Ele parou o carro e olhou para os dois lados da rua deserta. Não havia casas ou qualquer outro tipo de construção, apenas terrenos baldios e cheios de entulho. Ele saiu do carro e procurou pelo o que havia atropelado. Não havia nada na estrada. O cheiro de jasmim continuava a incomodá-lo. Procurou por jasmineiros ao redor, mas não havia sinal de algum por perto, nem mesmo uma brisa que pudesse levar o perfume ao seu olfato.
“Isto não pode estar certo” pensou lembrando-se de Pedro. “Deixei meu filho sozinho por conta de um bilhete... Onde estava com a cabeça?!”. Sem pensar duas vezes, o senhor Alcântara correu para o carro, o manobrou e, sem perceber ao certo, acelerou tanto quanto pôde. A impressão de que algo estava errado com seu filho fez com que dirigisse imprudentemente pelas ruas da pequena cidade.
As nuvens escuras haviam se afastado da face da meia-lua, criando um círculo ao seu redor, como se tivessem sido forçadas a permitir que a “estrela da noite” vislumbrasse os acontecimentos n’A Colina.
Os grandes portões de ferro, que davam acesso à propriedade, estavam entreabertos, com espaço suficiente para que um adulto pudesse passar. Aquele fato aguçou os sentidos do senhor Alcântara. Ele parou o carro e subiu a ruela de pedras a passos largos, sem se preocupar com qualquer coisa que não fosse a segurança de Pedro.
Estava alcançando a margem sul do pequeno lago, quando viu uma figura sombria sentada sobre uma pedra, próxima de um canteiro de rosas brancas.
— Quem está aí? — perguntou parando há alguns passos de distância.
— Alguém que pode ajudar. — respondeu a voz de um homem.
A figura ergueu-se lentamente da pedra posicionando-se para fora das sombras. O senhor Alcântara pôde vê-lo perfeitamente. Estava vestindo uma espécie de roupa de gala, talvez um black tie, antigo e em farrapos. Sua face era marcada por traços um tanto quanto... selvagens. As orelhas eram levemente pontiagudas, os olhos um pouco puxados e quase amarelos e os cabelos completamente despenteados. A barba por fazer destacava os lábios vermelhos e um meio sorriso.
— O que quer dizer com ajuda? — perguntou rudemente o senhor Alcântara — E como entrou aqui?
— Quero dizer que posso ajudar com seu filho. — respondeu o homem completando o sorriso.
O senhor Alcântara olhou pressuroso para a janela do quarto de Pedro; as luzes estavam acesas. Tentou ouvir algo vindo da casa, mas havia apenas silêncio. Percorreu o terreno em volta da casa com os olhos, tudo parecia normal, exceto pela presença daquele homem.
— Quem é você?
— Isso realmente importa? Afinal, Thiago, seu filho corre perigo.
O senhor Alcântara olhou novamente para a casa, tudo parecia normal, mas ainda sentia seu coração disparado. Ele deu dois passos na direção da casa, mas foi impedido de continuar quando o homem agarrou seu braço. “Como ele fez isso tão rápido? E como sabe meu nome?”.
O senhor Alcântara olhou da mão do homem em seu braço para o seu rosto tentando se soltar.
— Solte-me! Se meu filho está em perigo preciso fazer alguma coisa!
— Não vai adiantar se for sem que eu lhe instrua.
— O que quer dizer com isso?
— Há certas... forças, agindo lá dentro.
— Forças? Não tenho tempo pra isso.
— Esta casa foi amaldiçoada Thiago, há muito tempo atrás. Desde então, ninguém que viveu ali, mesmo que por uma noite, sobreviveu.
— Ora! Não me venha com sandices! Meu filho está sozinho lá dentro! — disse o senhor Alcântara contornando um canteiro de rosas.
— Seu filho não está sozinho, a casa lhe faz companhia. E está agora mesmo tentando enreda-lo com uma falsa história sobre você e sua filha.
— Gabrielle? O que... como sabe...? — Thiago Alcântara não conseguiu prosseguir.
— Como sei sobre sua filha? Como sei que ela morreu nos braços da mãe? Ou como sei que sofre dia após dia, que tem pesadelos todas às noites por se culpar por não estar por perto quando aconteceu?
— Sim... — respondeu Thiago com um suspiro e sentindo as pernas bambearem — Como sabe disso tudo? O que quer de mim e do meu filho? Ele é a única família que tenho.
— Não quero nada além de ajudar. — respondeu o homem sentando-se nas sombras novamente — O senhor precisa apenas fazer o que eu disser e tudo terminará bem. Se fizer, se conseguir, a maldição será rompida.
— O que preciso fazer?
— Entre na casa, acerte o relógio e deixe a porta aberta. Terá dezessete minutos para encontrar seu filho e sair da casa. Contudo, terá de sair exatamente quando o relógio anunciar meia-noite.
— Por que exatamente à meia-noite?
— É a maldição. Não conseguirá sair antes disso. E, se tentar sair depois, não conseguirá, estará preso a casa como todos os outros, por toda a eternidade.
O senhor Alcântara não estava realmente acreditando no que o homem dizia. Não sabia e não queria saber como o homem conhecia seu segredo, queria apenas encontrar seu filho e vê-lo em segurança.
— Tudo bem, então farei como me disse. — concordou seguindo pelo jardim. Após alguns passos voltou-se para o homem. — Como é o seu nome?
— Peter. — a voz do homem respondeu, mas não havia ninguém sentado na pedra.
— O que quer dizer com ajuda? — perguntou rudemente o senhor Alcântara — E como entrou aqui?
— Quero dizer que posso ajudar com seu filho. — respondeu o homem completando o sorriso.
O senhor Alcântara olhou pressuroso para a janela do quarto de Pedro; as luzes estavam acesas. Tentou ouvir algo vindo da casa, mas havia apenas silêncio. Percorreu o terreno em volta da casa com os olhos, tudo parecia normal, exceto pela presença daquele homem.
— Quem é você?
— Isso realmente importa? Afinal, Thiago, seu filho corre perigo.
O senhor Alcântara olhou novamente para a casa, tudo parecia normal, mas ainda sentia seu coração disparado. Ele deu dois passos na direção da casa, mas foi impedido de continuar quando o homem agarrou seu braço. “Como ele fez isso tão rápido? E como sabe meu nome?”.
O senhor Alcântara olhou da mão do homem em seu braço para o seu rosto tentando se soltar.
— Solte-me! Se meu filho está em perigo preciso fazer alguma coisa!
— Não vai adiantar se for sem que eu lhe instrua.
— O que quer dizer com isso?
— Há certas... forças, agindo lá dentro.
— Forças? Não tenho tempo pra isso.
— Esta casa foi amaldiçoada Thiago, há muito tempo atrás. Desde então, ninguém que viveu ali, mesmo que por uma noite, sobreviveu.
— Ora! Não me venha com sandices! Meu filho está sozinho lá dentro! — disse o senhor Alcântara contornando um canteiro de rosas.
— Seu filho não está sozinho, a casa lhe faz companhia. E está agora mesmo tentando enreda-lo com uma falsa história sobre você e sua filha.
— Gabrielle? O que... como sabe...? — Thiago Alcântara não conseguiu prosseguir.
— Como sei sobre sua filha? Como sei que ela morreu nos braços da mãe? Ou como sei que sofre dia após dia, que tem pesadelos todas às noites por se culpar por não estar por perto quando aconteceu?
— Sim... — respondeu Thiago com um suspiro e sentindo as pernas bambearem — Como sabe disso tudo? O que quer de mim e do meu filho? Ele é a única família que tenho.
— Não quero nada além de ajudar. — respondeu o homem sentando-se nas sombras novamente — O senhor precisa apenas fazer o que eu disser e tudo terminará bem. Se fizer, se conseguir, a maldição será rompida.
— O que preciso fazer?
— Entre na casa, acerte o relógio e deixe a porta aberta. Terá dezessete minutos para encontrar seu filho e sair da casa. Contudo, terá de sair exatamente quando o relógio anunciar meia-noite.
— Por que exatamente à meia-noite?
— É a maldição. Não conseguirá sair antes disso. E, se tentar sair depois, não conseguirá, estará preso a casa como todos os outros, por toda a eternidade.
O senhor Alcântara não estava realmente acreditando no que o homem dizia. Não sabia e não queria saber como o homem conhecia seu segredo, queria apenas encontrar seu filho e vê-lo em segurança.
— Tudo bem, então farei como me disse. — concordou seguindo pelo jardim. Após alguns passos voltou-se para o homem. — Como é o seu nome?
— Peter. — a voz do homem respondeu, mas não havia ninguém sentado na pedra.
Continua...
Demorei muito para comentar aqui. Minhas desculpas.
ResponderExcluirMuito bom, muito bom mesmo. Os mistérios vão aumentando, criando no leitor uma vontade de ler sem parar para entender os "porquês" da história. Bons diálogos e boas descrições - todas elas seguindo o "jeito Adriano" de fazer.
Espero ansiosamente a continuação. E prometo que não demorarei tanto a comentar da próxima vez.